Roteiro do blog

O poeta Casimiro José Marques de Abreu nasceu no Rio de Janeiro em 1839 e morreu na fazenda do Indaiaçu, onde hoje é o município de Casimiro de Abreu, RJ, em 1860. Uma das características mais marcantes da arte a partir do século XX é sua abertura àquilo que, anteriormente, não era reconhecidamente artístico.

Disciplina: Literatura
Professora: Vera Cezar
Alunos: Milena, Rafaella, Raisa, Dafne, Victória, Esthon, Helen, Diego.
2º A

sexta-feira, 18 de março de 2011

Amor e medo


Quando eu te vejo e me desvio cauto
Da luz de fogo que te cerca, ó bela,
Contigo dizes, suspirando amores:
— "Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!"

Como te enganas! meu amor, é chama
Que se alimenta no voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco...
És bela — eu moço; tens amor, eu — medo...

Tenho medo de mim, de ti, de tudo,
Da luz, da sombra, do silêncio ou vozes.
Das folhas secas, do chorar das fontes,
Das horas longas a correr velozes.

O véu da noite me atormenta em dores
A luz da aurora me enternece os seios,
E ao vento fresco do cair cias tardes,
Eu me estremece de cruéis receios.

É que esse vento que na várzea — ao longe,
Do colmo o fumo caprichoso ondeia,
Soprando um dia tornaria incêndio
A chama viva que teu riso ateia!

Ai! se abrasado crepitasse o cedro,
Cedendo ao raio que a tormenta envia:
Diz: — que seria da plantinha humilde,
Que à sombra dela tão feliz crescia?

A labareda que se enrosca ao tronco
Torrara a planta qual queimara o galho
E a pobre nunca reviver pudera.
Chovesse embora paternal orvalho!

Ai! se te visse no calor da sesta,
A mão tremente no calor das tuas,
Amarrotado o teu vestido branco,
Soltos cabelos nas espáduas nuas! ...

Ai! se eu te visse, Madalena pura,
Sobre o veludo reclinada a meio,
Olhos cerrados na volúpia doce,
Os braços frouxos — palpitante o seio!...

Ai! se eu te visse em languidez sublime,
Na face as rosas virginais do pejo,
Trêmula a fala, a protestar baixinho...
Vermelha a boca, soluçando um beijo!...

Diz: — que seria da pureza de anjo,
Das vestes alvas, do candor das asas?
Tu te queimaras, a pisar descalça,
Criança louca — sobre um chão de brasas!

No fogo vivo eu me abrasara inteiro!
Ébrio e sedento na fugaz vertigem,
Vil, machucara com meu dedo impuro
As pobres flores da grinalda virgem!

Vampiro infame, eu sorveria em beijos
Toda a inocência que teu lábio encerra,
E tu serias no lascivo abraço,
Anjo enlodado nos pauis da terra.

Depois... desperta no febril delírio,
— Olhos pisados — como um vão lamento,
Tu perguntaras: que é da minha coroa?...
Eu te diria: desfolhou-a o vento!...

Oh! não me chames coração de gelo!
Bem vês: traí-me no fatal segredo.
Se de ti fujo é que te adoro e muito!
És bela — eu moço; tens amor, eu — medo!...
Amor não é se envolver com a pessoa perfeita,
Aquela dos nossos sonhos.
Não existem príncipes nem princesas.
Encare a outra pessoa de forma sincera e real,
exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos.
O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.

    Diego Barbosa.

A ausência tua.

A saudade me faz saber como gosto de você.
Sinto falta de tudo, e te vejo só no meu mundo.
Oh ! Quanta falta me faz.
A ausência tua me deixa na solidão.

Teu cheiro, teu perfume , me deixam sem chão.
E essas tuas doces palavras de amor e paixão.
Ah, essa saudade que me corrói e transforma ,
Em bobo apaixonado.
Me deixa ser sempre teu namorado.
  

        Victória Karoline.

Canção do exílio


Se eu tenho de morrer na flor dos anos
         Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
         Cantar o sabiá!


Meu Deus, eu sinto e tu bem vês que eu morro
         Respirando este ar;
Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo
         Os gozos do meu lar!


O país estrangeiro mais belezas
         Do que a pátria não tem;
E este mundo não vale um só dos beijos
         Tão doces duma mãe!


Dá-me os sítios gentis onde eu brincava
         Lá na quadra infantil;
Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,
         O céu do meu Brasil!


Se eu tenho de morrer na flor dos anos
         Meu Deus! não seja já!
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
         Cantar o sabiá!


Quero ver esse céu da minha terra
         Tão lindo e tão azul!
E a nuvem cor-de-rosa que passava
         Correndo lá do sul!


Quero dormir à sombra dos coqueiros,
         As folhas por dossel;
E ver se apanho a borboleta branca,
         Que voa no vergel!


Quero sentar-me à beira do riacho
         Das tardes ao cair,
E sozinho cismando no crepúsculo
         Os sonhos do porvir!


Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
         Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
         A voz do sabiá!


Quero morrer cercado dos perfumes
         Dum clima tropical,
E sentir, expirando, as harmonias
         Do meu berço natal!


Minha campa será entre as mangueiras,
         Banhada do luar,
E eu contente dormirei tranqüilo
         À sombra do meu lar!


As cachoeiras chorarão sentidas
         Porque cedo morri,
E eu sonho no sepulcro os meus amores
         Na terra onde nasci!


Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
         Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
         Cantar o sabiá!

Menina


Menina bonita,
e tão encantadora é a ANITA.
todas as tardes a encontro na janela,
Oh! Como és bela.
Com seu fantástico sorriso,
eu a observo com muita inspiração.
E o seus olhos são tão brilhantes,
como lindos diamantes.
Oh! Anita.
Eu clamo por seu amor,
se eu te perder vai ser um horror!
Minha menina linda, minha menina bonita.

         Raisa Rodrigues.